sábado, 3 de maio de 2014

Capítulo 2

 Ás 19:30 em ponto, eu estava mais do que pronta. Já tinha me posto em um vestido azul-marinho que havia ganhado de Jesse a um tempo, mas nunca tive uma oportunidade pra usar. Pelo menos não como essa. Soltei meu cabelo e fiz alguns baby-liss nele, pra não ficar tão escorrido e sem graça como ficava sempre. E usei maquiagem, pra variar. Se Candy soubesse que saí pra aquela noite sem maquiagem, ela me mataria sem piscar.
 Jesse buzinou lá embaixo, como costuma fazer. Desde que esse elevador quebrou, ele não sobe mais aqui pra simplesmente ficar vendo eu me arrumar. Dei uma rápida olhada pela janela e desci quase com pressa, o salto do sapato batendo firme no piso, assim como meu coração dava retumbadas dentro do peito. Até eu e toda minha pouca frieza sabiam que aquela não era uma noite qualquer.
 Antes de Jesse me dar um simples boa noite, eu simplesmente o beijei. E não foi um selinho sem graça nem nada disso, o beijei de verdade, sem me importar se os velhos do prédio iriam estar olhando feio pra nossa cara. Eles podiam olhar, eu não me importava. Jesse não se surpreendeu e pegou pela minha cintura, me beijando com mais vontade ainda, me deixando sem fôlego por um momento. Quando nos afastamos, ele sorriu e tirou uma mecha do meu cabelo da testa.
 — Como você pode estar cada dia mais linda? — ele sussurrou, encostando sua testa na minha, me dando mais um longo beijo.
 Eu sorri, impressionada como Jesse ainda me fazia corar com elogios depois de tanto tempo. Ele abriu a porta do carro pra mim, educadamente, enquanto eu entrava. Ele foi rapidamente pro banco do motorista e seguimos caminho.
 O Borderline nada mais é do que o restaurante mais caro e chique da cidade. Jesse era fascinado por antiguidades, essas coisas de época, e esse restaurante era exatamente isso. Haviam muitas pessoas hoje, supondo que ainda era quinta feira e amanhã ainda era dia de trabalhar. Ele reservou uma mesa pra nós em um canto, segundo ele, pra podermos nos pegar mais. Não me sentia muito a vontade nesse tipo de ambiente, que pra Jesse era a coisa mais normal possível.
 — Ta tudo bem, meu amor? — ele perguntou em voz baixa enquanto eu dava umas olhadas em volta.
 — Sim. Claro que sim. — eu dei uma risada enquanto pegava o cardápio sobre a mesa.
 Jesse bufou, sabendo exatamente no que eu pensava.
 — Lisa, eu sei que é desagradável pra você, mas hoje não dava pra gente ir comer um cachorro-quente da barraca. — ele passou o dedo levemente por meus lábios — Não estou dizendo que é ruim, eu adoro, você me ensinou esse outro lado da vida que eu não conhecia, admito, mas hoje é um dia especial. — ele me deu um beijinho, dando um sorriso magnifíco.
 Bufei, sabendo que não havia outra opção.
 — Então promete não pedir essas comidas italianas, russas ou seja lá o que for? Essas comidas com nomes difíceis...
 — Tudo bem. — ele riu, e riu com vontade. Devia estar se recordando das vezes que me levou a jantares chiques e eu passei vergonha em todos eles — Peça o que você quiser. E é sério.
 No final, pedimos apenas um frango com umas entradas salgadas e depois Jesse pediu um pequeno bolo de coco com leite condensado, meu preferido. Ás vezes eu me constrangia com o tanto que ele cuidava de mim.
 Após o jantar, Jesse pegou na minha mão e me encarou com os olhos brilhando. Ah não. A previsão de Candice.
 — Lisa, eu sei que não estava esperando por isso, mas...
 — Jesse. — falei sem pensar, o repreendendo. Ele parou de falar e me olhou meio assustado, também esperando, mas eu não conseguia falar mais nada. O que vinha depois daquilo? O que vinha depois?
 — Por favor, só um minuto. — ele sussurrou, apertando ainda mais a minha mão. Podia sentir seu nervosismo emanando no ar — Lisa, hoje nós fazemos 4 anos de relacionamento. Não sei pra você, mas foram os melhores anos da minha vida. Tudo ao seu lado é perfeito, você é minha paz, posso até dizer de forma exagerada que você é minha vida... E sem ser metafórico e meloso demais, eu preciso de você. Apenas. Lutamos muito pra chegarmos até aqui, no começo era só eu e você contra o mundo, contra o preconceito e a cabeça louca dos meus pais, contra a sua teimosia e minha cabeça dura, mas vencemos hoje. Meu amor, eu posso dizer com todas as palavras que eu te amo. Nunca estive tão certo disso na minha vida, e nunca vou deixar de te amar, outra certeza que eu adquiri ao longo desse tempo. Ficar com você pelo resto da vida é tudo que eu quero, Lisa. Mas eu preciso saber se essa também é a sua vontade. — nesse momento, ele levou as mãos ao bolso do terno e eu arfei. Minha cabeça estava uma bagunça naquela hora, mas ela pareceu levar um choque elétrico quando ele tirou a clichê caixinha de veludo preto e lá de dentro surgiu um lindo anel de diamantes, e tenho certeza que eram de diamantes pela magnitude do tamanho e brilho. Eu queria colocar as mãos no peito pra ver se ele dava uma acalmada — Lisa Fitzpatrick, eu sou péssimo nisso... — ele deu uma risadinha nervosa e pude ver que estava suando — Mas... Eu... Eu quero me casar com você. Eu nunca falei tão sério e com tanta certeza na minha vida. Não vejo nada nos impedindo, nenhuma pedra, ninguém, não mais. Então... Você aceita? Aceita se casar comigo?
 Aquele momento acabou comigo. As palavras estavam na ponta da língua, mas parecendo tropeçar e rolar para baixo novamente. Eu estava imóvel, apesar de já ter previsto esse momento. Candice, vaca, é claro que ela já sabia! Olhei de esguelha para as mesas ao lado e pude ver alguns rostos se virando para nós. Não pelo pedido de casamento, é claro, mas por causa do anel, oras. Era lindo demais, e aquilo tudo estava romântico demais. Reformulei em minha cabeça que eu só tinha apenas 2 segundos para pensar.
 A vida inteira. Pelo resto de sua vida. Sempre me imaginei assim com Jesse. Minha vida inteira com Jesse. Eu o amava, isso era certo. De repente uma chama se acendeu em meu coração, e uma felicidade completa me tomou. Sem perceber, eu abri um sorriso, ao olhar dentro dos olhos de Jesse, que já parecia aflito. Era com ele, é claro. Eu tinha certeza.
 — Jesse... — eu sussurrei, procurando ao máximo não me virar para trás e ver vários pares de olhos me encarando — Você está maluco?
 Uma resposta nada inteligente. Jesse pareceu murchar um pouco, as mãos começando a ficar trêmulas, mas antes de ele falar algo, eu colei nossos lábios. Só pra ele não falar nada, pra que ele entenda a resposta de uma vez por todas. Pude senti-lo largar a caixinha na mesa e colocar as mãos no colo, tão incapacitado até para me beijar.
 Me afastei e quase tive um ataque de risos ao ver Jesse me encarando imóvel, como uma máquina, e sabia que ele não ia relaxar até receber um sim oficial.
 — Sim, Jesse. — eu sussurrei, passando as mãos em seu rosto, enquanto aos poucos ele voltava a sua forma normal — E então, não está na hora de colocar esse anel ridiculamente lindo e caro no meu dedo?
 Jesse pareceu "acordar" e pegou a caixinha tão rápido que pareceu um borrão. Suas mãos pararam de tremer um pouco enquanto ele colocava o anel no meu dedo, dando um beijinho em seguida. Depois, me deu um beijo tão demorado que fiquei constrangida por estarmos em um lugar público.
 — Vamos sair daqui. — ele sussurrou em meu ouvido enquanto no instante seguinte nos levantávamos da mesa e seguíamos pro carro.

 Jesse tirou meu vestido com violência ao passarmos pela porta de seu apartamento, enquanto eu tentava ao máximo tirar sua gravata enquanto o mesmo não parava quieto. Em um movimento rápido, ele rasgou a camisa, me apertando mais pra si enquanto eu tirava meus saltos com dificuldade. Ele me jogou na cama com lençóis brancos, admirando por um momento meu corpo e o que eu estava usando. A bendita lingerie que Candice havia me dado, preta de renda, especialmente pra um momento como esse. Eu tinha uma amiga mais do que esperta.
 Ele beijou meu pescoço, meus seios, minha barriga, enquanto eu puxava seus cabelos, gemendo de prazer. Minhas mãos procuravam suas calças, queria retirá-las o mais rápido possível. Vendo minha urgência, ele mesmo retirou as próprias calças, mostrando suas boxers de marca e continuando a me beijar. Em um movimento rápido, eu já estava por cima dele, tirando o que ainda havia de pano em mim. Ele passou as mãos em minha cintura, na minha barriga, apertou meus seios por um tempo, completamente fascinado. Senti sua ereção por baixo de mim e beijei seu pescoço, seu abdomem, enquanto ele arfava, se segurando para não começar a gemer. Cheguei até sua cueca e a retirei enquanto fazia um sexo oral rápido, onde Jesse deu um gritinho, segurando meus cabelos e me puxando novamente para sua boca, me beijando como um louco.
 Ele me passou pra debaixo dele mais uma vez e não perdeu tempo até começar com a penetração raivosa e deliciosa que ele estava esperando. Não conseguia imaginar em como ele me deixava assim, molhada, querendo cada vez mais ele. Ele é tão gostoso! Minhas mãos foram até suas costas, e não percebi o quanto eu o arranhava e puxava seus cabelos. Jesse ia cada vez mais rápido, e eu gemia ainda mais. Ele beijava meu pescoço ou passava o lábio por meus seios, me deixando cada vez mais tentada a ter um orgasmo.
 Depois de 2 horas, Jesse estava sentado na cama enquanto eu estava no colo dele, com minhas pernas pela sua cintura, exatamente em cima de seu pênis enquanto eu ainda o sentia meio ereto. Isso dava prazer a ele, eu sabia. Minhas mãos estavam em seu pescoço enquanto eu mexia lentamente o quadril e ele me observava, como se eu fosse a coisa mais maravilhosa já existente em seu mundo.
 — Você é linda. — ele ainda estava ofegante, olhando em meus olhos. Afastou uma mecha de cabelo da minha testa suada e me beijou rapidamente — Eu amo você. Amo como nunca amei ninguém.
 — Eu acho melhor mesmo. — brinquei, encostando minha testa na dele, dando beijos em toda parte de seu rosto — Porque agora serei a futura senhora Robins, quero que me ame pra sempre.
 Ele abriu um sorriso imenso e me beijou com força, apertando suas mãos em minha bunda como gostava de fazer.
 — Mais do que ontem, e hoje muito menos que amanhã. — ele falou, sorrindo como um idiota — Ainda não acredito que isso está realmente acontecendo...
 Nos beijamos por um longo momento, uma urgência que vinha de mim. Queria que ele acreditasse. Era exatamente aquilo que estava acontecendo. Eu iria ser dele pra sempre, ele iria ser meu, somente meu. Iríamos ser felizes, nada mais iria dar errado, tudo estava escrito, pronto pra dar certo. Meu coração estava pulsando de alegria, e o dele mais ainda.
 Dei uma olhada para o lado, enquanto Jesse beijava meu pescoço e vi o relógio no despertador ao lado da cama. 23h. Puta que pariu!
 — E eu não acredito que eu tenho que ir... — sussurrei, me virando pra ele.
 Jesse arregalou os olhos pra mim, como se eu estivesse falando em outra lingua. Ou sim, como se eu fosse uma louca.
 — O que? Como assim? Achei que passaria a noite aqui... — ele estava tão frustrado que seus olhos ainda mostravam espanto.
 — Eu sei, meu amor, eu sei... Mas amanhã eu ainda tenho estágio, lembra? Eu tenho que ir pra casa e dormir, afinal. — eu ri, passando as mãos em seu rosto — Juro que eu queria ficar por hoje, mas não dá. Estou me odiando por ir embora, acredite. Mas você sabe, amanhã serei toda sua pelo fim de semana inteiro.
 — Você tem roupas aqui, várias coisas... Tem certeza de que não pode ficar? Está muito tarde, Lisa, eu me preocupo...
 — Jesse. — o interrompi — Viverei minha vida inteira com você, qual a diferença de ficar sem mim por uma única noite?
 Jesse conseguiu sorrir um pouco depois que disse isso, mas sua expressão logo voltou pra preocupação.
 — Só me prometa uma coisa. — ele falou baixo, entrelaçando seus dedos nos meus — Que amanhã mesmo, sem pestanejar e sem alguma teimosia, você se muda pra cá, pro meu apartamento. Traga tudo, suas coisas e tudo que quiser, sai daquele lugar e vem morar comigo. — ele me beijou, com meu rosto em suas mãos, olhando fixamente em meus olhos — Por favor, me promete. Promete que vai fazer isso, que vamos fazer isso.
 Eu estava pronta pra enfrentar Jesse naquilo, mas no momento travei. E pensei. O que eu estava esperando? Qual seria o enorme problema? Estávamos noivos. Podia ser a menos de um dia, mas ainda assim, eu aceitara seu pedido de casamento. Jesse tinha tudo de bom a me oferecer, e já estava na hora de eu parar de ficar negando essas coisas.
 — É claro. — eu sorri, beijando-o com satisfação. Estava feliz, isso definia.
 — Vou te buscar na hora do almoço. Vou contratar amanhã mesmo um caminhão de mudanças e vamos retirar todas as suas coisas daquele apartamento. Amanhã você é oficialmente só minha, Lisa. Pra sempre.
 Nos beijamos por mais um tempo, um beijo completamente mais quente, mas antes que eu pudesse me deixar levar e acabar caindo na cama novamente com ele, eu me levantei e comecei a seguir pro banheiro. Jesse veio atrás de mim, é claro.
 Quando saímos do banho e eu já estava começando a me trocar, vi que já eram 23:40. Mas não importava, não podia dormir ali naquele momento, por mais que todos os instintos do meu corpo me dissessem pra ficar, pra não ir embora. Jesse ainda estava com a toalha na cintura enquanto eu colocava o vestido e vestia meus sapatos com pressa.
 — Só espera mais um pouco pra eu me trocar que vou te levar...
 — Não. — parei bruscamente o que estava fazendo, me virando pra ele com as mãos pra frente — Você vai ficar em casa, Jesse Robins. Já está muito tarde, então nem tente.
 Ele me olhou novamente como se eu fosse louca.
 — Acha mesmo que vou deixar você ir sozinha pra casa nesse horário? Nem por nada. Não adianta, eu...
 — Amor, relaxa. — eu me aproximei dele, o beijando, com as minhas mãos em seu rosto — Eu pego seu carro, tudo bem? Amanhã vou com ele até o trabalho e depois dirijo até sua casa no almoço, não precisa ir me pegar. Se quiser fazer o que for de manhã, pegue seu outro carro, não faz diferença. — eu ri, mas ele continuava sério, na dúvida — Olha, você sabe que sei me virar sozinha. Pelo menos, eu tento. Eu vou ficar bem.
 Dei um sorriso convincente, fazendo ele amolecer um pouco. Pareceu pensar por 2 minutos, avaliando todas as opções e argumentos que ainda tinha, mas no fim suspirou e pegou as chaves em cima da mesinha de cabeceira, dando na minha mão.
 — Por favor, prometa que vai ficar bem.
 — Claro que eu vou. Eu sempre fico. — sorri, dando mais um longo beijo nele — Eu te amo.
 — Te amo. — Jesse sussurrou, me dando seu típico beijo de despedida: um beijo lento, um amasso quente, um beijo gostoso demais pra ser descrito.

 As ruas estavam escuras como breu. Como era Nova York, a cidade não dormia, então ainda haviam dezenas de carros circulando pelas ruas. Meus olhos já começavam a pregar de sono, mas eu já estava perto. Meu bairro era completamente ao contrário de todo o resto de Nova York. Uma rua escura e sinistra, com postes quebrados e vizinhos mais estranhos ainda. De repente me dei conta de que não vou ficar tão infeliz assim se finalmente meter o pé daqui. Era assustador nesses horários, onde o único barulho que ouvíamos eram os da cidade ao longe ou do bairro vizinho, onde todos os restaurantes e bares ainda deviam estar abertos.
 Subi as escadas rapidamente e abri a porta do 8D. Mal cheguei ao quarto e já estava tirando meu vestido e sapatos, substituindo-os por minha camisola de renda, a qual também era presente de Candice para usar em momentos com Jesse, mas não era necessário, era muito confortável pra dormir. A última que me lembro é me deitando na cama antes de apagar completamente.
 Acordei subitamente com barulho de passos e vozes dentro de minha casa.

2 comentários:

  1. Lari, oi!
    Eu não sei se você vai lembrar de mim, mas venho acompanhando as suas fanfics tem um tempo ( sou a thaysa ). Não desde o começo, mas conheci bastante de sua escrita e originalidade pra saber o quão boa essa fanfic irá se tornar. Desculpe-me se não comentei no capítulo anterior, é que não vi a atualização no feed do blogger. De qualquer forma, eu irei acompanhar essa fanfic e estou muito ansiosa mesmo pelo próximo capítulo. O que/quem está no apartamento da Lisa? Minhas suspeitas são o Logan u.u E ah, eu sou Lermaniac! Amo o Logan como amo a vida, como pode existir alguém tão incrível como ele?

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    a-dor-da-liberdade.blogspot.com

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  2. Eei, é claro que me lembro de você. Com o tempo a gente vai ficando velho, mas me lembro vagamente sim haushaus então, muito obrigada pelo comentário e por principalmente estar gostando da história. Pretendo sim terminá-la e sim, a escolha com o Logan já estava na minha cabeça a séculos. Afinal, ele é perfeito demais! Logan é muito para ser descrito com palavras, simples assim. Bom, como não posso dar spoilers, o capítulo 3 já ta saindo quentinho, e dessa vez com a narração do Logan.. Pois então, muito obrigada Thay, obrigada mesmo. Vou me empenhar nessa história, tenho muitas ideias. Beijos, abraços.

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